Arquivo Pessoal

Elio Ferreira

Nasceu em Floriano, PI. Professor de Literatura na UESPI. Doutor em Letras; Pós-Doutor em Estudos Literários. Publicou mais de trinta livros.

FLORIANO, PARABÉNS! 123 ANOS DE VIDA. FALTAM-ME AS PALAVRAS

BREVE HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DE FLORIANO: O ESTABELECIMENTO RURAL E A LEI DO VENTRE LIVRE DE 1871

FLORIANO, PARABÉNS! 123 ANOS DE VIDA. FALTAM-ME AS PALAVRAS.

BREVE HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE FLORIANO

Foto: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Brasileiro.Estabelecimenato Rural São Pedro de Alcântara. Floriano, Piauí.
Estabelecimenato Rural São Pedro de Alcântara. Floriano, Piauí.

            Floriano tornou-se cidade a 8 de julho de 1897. Nasceu no Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, na beira do rio Paranaíba. Hoje, Terminal Turístico de Floriano. O projeto foi criado pelo agrônomo Francisco Parentes e aprovado pelo Decreto Imperial nº 5.392, de 10 de setembro de 1873. O primeiro Prefeito de Floriano, na época denominado Intendente, foi o Sr. João Francisco Pereira Araújo (João Chico). A cidade nascera com o objetivo central de educar os filhos dos cativos, proibidos de receber instrução escolar até antes da promulgação da Lei do Ventre Livre de 1871, bem como a fundação de uma colônia agrícola. Com o nascimento de Floriano, acontecia um fato inédito e surpreendente, o homem mais importante da cidade, o Prefeito, era um homem negro.

            Isso no final do século XIX, época em que as teorias racistas de Darwin e do filósofo Arthur de Gobineau, que inferiorizavam e depreciavam o negro, andavam de vento em polpa no Brasil e no mundo.

             O Estabelecimento Rural tinha por objetivo central a qualificação profissional dos antigos cativos das Fazendas Nacionais para lidar com a cultura do algodão, da cana-de-açúcar, curtume, charqueado, laticínios e outras atividades agropecuárias, e a  fundação de uma escola para educar as crianças e jovens negros e negras livres, conforme previa a Lei nº 2.040, de 28 de setembro de 1871, denominada Lei do Ventre Livre. O projeto de agrônomo Parentes moveu os interesses econômicos e políticos do Imperador Pedro II, pois o contrato firmado tinha por atividade principal alavancar a produção pecuária e agroindustrial, como também salvar da decadência e ruína as Fazendas Nacionais do Estado do Piauí.

            Ao Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, na beira do rio Parnaíba, edificado em área territorial da Inspeção de Nazaré, foram anexadas as seguintes fazendas de gado da nação: Algodões, Guaribas, Matos, Olho d’Água e Serrinha. A mão-de-obra de homens e mulheres negros, ex-escravizados, libertos pela Lei de 1871, foi de suma importância na execução do projeto da vila da Colônia e da futura cidade.

            Floriano foi erguida na Chapada da Onça, provavelmente, porque ali deveria ter muita onça, o que não é de se estranhar, pois a narrativa oral dos nossos pais, tias e avós é rica nesse gênero temático. Antes, as terras pertenceram aos povos indígenas, que foram mortos, vítmas da crueldade e do genocído posto a termo por Domingos Afonso Sertão, o mesmo Domingos Mafrense. Em 1711, com a morte de Mafrense, as terras, os bens materiais das fazendas e o gado vacum e cavalar foram herdados pelos padres jesuítas da Companhia de Jesus. Quarenta e nove anos mais tarde, em 1760, os jesuítas foram expulsos do Brasil e seus bens sequestrados pela Coroa de Portugal, sob a gerência do Marquês de Pombal, durante o reino de Dom José. Com a Independência política do Brasil, a 7 setembro de 1822, as fazendas passaram a pertencer ao patrimônio do nosso país, com o nome de Fazendas Nacionais.

FLORIANO NÃO NASCEU NO POVOADO MANGA

Foto: Maurício LambergImagem de antigos escravizados trabalhando na lavoura, do livro Brasil: ilustrado com gravuras, de Maurício Lamberg.
Imagem de antigos escravizados trabalhando na lavoura, do livro Brasil: ilustrado com gravuras, de Maurício Lamberg.

            Em 1864, a povoação. Manga recebeu essa denominação e “foi elevada à categoria de município e distrito”.  Em 1890, a sede da vila da Manga foi transferida para a povoação Colônia de São Pedro de Alcântara, quando esta recebera o título de Colônia. Quando se dera a aprovação do projeto (1873) de fundação do Estabelecimento Rural, onde nasceu a cidade de Floriano, a Manga já gozava do status administrativo de “município e distrito”. A antiga povoação era lugar de fronteira, ponto estratégico para a travessia do rio Parnaíba, por ser ali o lugar mais superficial do leito rio, que permitiria sem grandes problemas a passagem dos viajantes com suas montarias, boiadas, mercadorias, conduzindo o transporte da economia, campanhas de guerra, o terror das armas etc.  Ligando por terra o Sul, o Sudeste, o Nordeste, bem como o Piauí ao Maranhão, Pará e Norte do Brasil.

            A partir de 1915, Floriano progrediu e desenvolveu-se com a construção de estradas terrestres de Floriano/Oeiras e outras povoações, tornando-se ainda entreposto fluvial e econômico através da hidrovia do rio Parnaíba. Transportando e recebendo passageiros, homens de negócio, mercadorias por meio de transportes a vapor, barcos e balsas, oriundos de cidades do alto Parnaíba, como Uruçuí e cidades do Maranhão. Além das embarcações procedentes ou com destino a cidades e povoações ribeirinhas do médio e baixo Parnaíba como Amarante, Teresina, Parnaíba etc.  

PARABÉNS, FLORIANO! 123 ANOS DE VIDA. FALTAM-ME AS PALAVRAS.

Foto: Agamenon PedrosaFoto nº 2 do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.
Foto nº 2 do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.

Foto: Agamenon PedrosaFoto nº 3 do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.
Foto nº 3 do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.

            Floriano! Bonito é o pôr do sol, à beira-rio, à tardinha, na boca-da-noite, no cais do porto do rio Parnaíba. O sol de amarelo vai avermelhando, avermelhando... Qual bola de fogo avermelha o leito, o dorso do rio. O sol é uma esfera de fogo em espiral, que mergulha na profundeza das águas do rio. 

             Floriano. Essa lua cheia à beira-rio. Bonito e bom é ver a lua, e se enamorar abraçado, olhando as águas mansas do rio. O rio que passa na minha cidade – “O Parnaíba – velho monge / As barbas brancas alongando...” (Da Costa e Silva).  Essa lua. Tão lua cheia é prata no céu iluminado do bairro Viazul. Coisa para a cinema – diria o sábio, mestre e professor Luís Paulo de Oliveira Lopes.

             Não importa que a palavra “singela” seja brega, cafona, démodé, fora de moda ou em desuso para os letrados. Quero apenas fazer uma bela canção de amor singelo para você. Se não me faltarem as palavras.

             Floriano, lembro de você todos os dias. Não tenho como pensar em mim, sem pensar na minha mãe, pai, irmãos, irmãs, tios, tias e companhia. Há histórias que não se esquecem. Hoje, ouvi a voz da minha mãe. As vozes de Dona Inez e das Benta chegam da rua do Ouro, de uma casa simples e pessoas amorosas. – Enterrem o umbigo do menino no quintal, num buraco fundo, longe da maldade e das coisas ruim do mundo.

            Floriano, nada de ressentimentos. Você mudou. Eu também mudei. Aprendi a nadar nos teus riachos (vinte e seis) descendo guela-abaixo do rio Parnaíba, onde pesquei piau, mandi, voador, sardinha. Assados no arroz com feijão é bom demais. Riacho do Cacimbão é o riacho mais bonito do mundo. / Riacho do Cacimbão passa detrás do fundo do quintal da minha casa”. (Elio Ferreira, 2014)]

RIOS E RIACHOS DE FLORIANO (Por favor, envie-me novos nomes)

Foto: Agamenon PedrosaFoto do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.
Foto do pôr-do-so no Cais do Porto. Floriano, Piauí.

Rio Parnaíba. - Presente o ano todo. Apesar de sua calvície.

Rio Itaueira. - Mais ausente que presente.

Rio Paracati. - Muito ausente, pouco sei da sua presença.

Riacho Irapuá, - Vivo morto. Presente na inundação de outros bairros aquém e além do anel viário e mesmo nas imediações do rio Paranaíba.

Riacho do Meladão. Morto vivo. Já foi o mais formoso riacho de Floriano. Uma pena. Na quinta do Japim, sob os buritizais, havia olhos d'água jorrando o ano inteiro.

Riacho da Veredinha. – Mais ausente que presente. também já foi riacho vigoroso e de águas limpas.

Riacho da Onça. - Presente no fedor e/ou no dilúvio do centro da cidade.  

Riacho do Gato. – Morto vivo. Fiel ao riacho da Onça, onde deságua ao longo do seu dorso de fedentina,

Riacho da Mesa-de-pedra. – Ausente. Perdeu a canaleta e, no inverno, desce desajeitado pelas ruas e quintais do bairro Curador.

Riacho da São Borgea. Ausente e silencioso. Irmão gêmeo do riacho Irapuá. No inverno, invade casas e garagens do conjunto Pedro Simplício.

Riacho da Taboca. – Ausente. Presente apenas na invernada?

Riacho da Canoa. - Ausente ou Morto vivo com muitas escoriações. Não tive notícias acerca da sua presença nas últimas águas e enxurradas do ano. Já foi riacho de muitas águas. Que nos diga, Sua Excelência, o Prefeito Joel Rodrigues, que nasceu no Bairro Sambaíba, ou o meu ilustre amigo, o Professor Pereira.

Riacho da Fontinha. Ausente. Parecia o Paraíso, com olhos d'água de água boa de se beber.

Riacho do Cacimbão. - Riacho da minha tenra infância. Fábulas, cantigas. É melhor não falar.

           Riachos. Emparedados. Soterrados. Lixões e dejetos humanos e hospitalar. Quando vem as águas de março com chuva e temporal, a cidade é um Deus nos acuda. Casas e ruas são tomadas de assalto pelas águas e enxurradas.

            Floriano, sei o quanto isso é difícil, porque você mesma fechou o caminho das águas dos riachos do estuário, que desemboca na curva do rio Parnaíba. Diga ao Presidente do Brasil, que aprove projetos e envie recursos para a construção de pontes e reflorestamento das matas ciliares dos rios e riachos da minha cidade.

             Floriano. Eu sou o teu filho mais negro. Nunca te esqueças da minha gente tão sofrida: o Boi de Né Preto, o Boi de Ademarzinho, a Igreja de Nossa Senhora da Guia, a Igreja São José Operário, a Igreja do Morro da Cruz, a Igreja da Ibiapaba, a Igreja Matriz São Pedro de Alcàntara, os Terreiros de Umbanda e Candomblé, as festas do Primeiro de Maio, a Maria Bonita, o Espaço Teatral ao Ar Livro (o segundo maior do Nordeste), a Cerâmica do Curtume, o povoado Manga, a Cachoeira da Belinha, o Pateta, o Terminal Turístico de Floriano etc.; etc. O Carnaval é ainda o mesmo Carnaval tão maravilhoso de Floriano? Cuide bem de tudo isso.

LISTAGEM INCOMPLETA DOS ANTIGOS CAMPOS DE FUTEBOL (Por favor, envie-me outros nomes)

              Floriano. Ah! Os campos de futebol. Sinto ainda a emoção de fazer um, dezenas, centenas de gols!  

Campo Tiberão. - Presente

Campo do Ferroviário. - Ausente.

Campo do Comércio Esporte Clube. – Presente. Ausente?

Campo de Zé Leiteiro. – Ausente.

Campinho do Carimbó. – Morto Presente (Proprietários legais).

Campo do Viazul. – Morto Presente (Vítima de grilagem urbana. Documentaçãp original adulterada pelo grileiro. Fica defronte à Unidade Escolar Bucar Neto. O terreno foi doado na década de 1940/1950 ao Esporte Clube Viazul pelo mestre Aluízio Ferreira)

Gaspazão. – Ausente.

Campo da São Bórgea. - Ausente.

Campo do Catumbi. – Ausente.

Campo dos Artistas. – Ausente.

Campo do Meladão. – Ausente.

Campo da Veredinha. – Ausente.

Campo da Taboca. – Ausente?

Campo do Irapuá. – Ausente?

Campo da Sambaíba. – Ausente.

Campo da Cancela. – Ausente.

Campo do Bosque Santa Teresinha. – Ausente.

Campinho do Industrial. – Presente? Construído a braço pela primeira turma do Colégio Industrial. Certamente dera lugar a uma quadra moderna de esportes.

Campinho do Estadual. – Ausente Presente. Deu lugar a uma praça e quadra de esportes, defronte ao Colégio Oswaldo da Costa e Silva e a Unidades Escolar Fazer Bucar.

BAMBUAL, FONTE LUMINOSA, BAR DA SERTÃ E O CORETO DA PRAÇA SEBASTIÃO MARTINS, ADEUS!.

          Floriano. Os caramanchões em torno da Igreja Matriz São Pedro de Alcântara, o prédio antigo do bar e restaurante Sertã, a única fonte luminosa da cidade e o bambual da Praça Dr. Sebastião Martins eram tão bonitos! O único coreto da cidade ficava defronte à porta da frente da Igreja Matriz. Tudo isso foi demolido para nunca mais?  Ali, vi o primeiro poeta letrado da minha vida. – Quem é esse homem do cabelão alto atrás? – É um poeta, seu Elio, disse-me meu pai. – Papai, um poeta faz o quê? Certamente, seria J. Miguel de Matos, em visita à terra natal, com o seu cabelo crespo ao estilo de Castro de Alves.

           Floriano. Entre as touceiras do bambual dava até para a gente namorar numa boa e beijar a boca da menina, sem grandes complicações. - “Território de morcegos e vampiros”. - Sem que o Padre Pedro nos visse para depois meter a língua nos dentes na hora do sermão. A Igreja Matriz. Superlotação aos domingos, à noite. Padre Pedro abria o Verbo. Tipo assim: - A moça é de família muito respeitada de Floriano. Vou poupar o nome por consideração aos pais. Os dois pombinhos haviam se esquecido do mundo. Deus é testemunho. Estavam agarrados feito morcegos – beijando-se na boca. Não passava nem pensamento. Estavam ali perto, ao lado da igreja. Sob os caramanchões. Notei, que ele estava ficando mole, perdendo o fôlego. E ela não largava o rapaz. Então eu lhe disse – Largue ele. Ele já está cansadinho, cansadinho. (rarraaa) – A gargalhada dos fiéis troava em coro dentro da igreja.

           Floriano..Hoje acordei bem cedo, às 5:15 da manhã, com o canto do bem-te-vi. Depois, foram os pardais, a rolinha fogo-pagou, a garrinha, o pintassilgo, o anum preto que sobrevoou as goiabeiras do quintal. Lembrei a minha mãe, o meu pai, a casa, a oficina, como se fosse hoje: “O meu pai é ferreiro. / Ele acorda de manhã bem cedinho, / Na hora dos passarinhos. / O martelo tem tem tem.” (2014).

          Floriano. Hoje é o Dia do teu Aniversário. Parabéns pelos teus 123 anos de vida. Desculpe-me pelas ofensas. Você mudou. Eu também mudei. 0 X 0. Zero a Zero. Estamos quites. “Eu te amo. Eu te amo. Lá, lá, lá!” (Robertos Carlos). Eu quero te dedicar a mais bela e singela canção. Faltam-me as palavras.         

URGENTE, NOTÍCIAS DO PLANALTO

Avestruz!

Já dizia o falecido amigo Zequinha Futuca, um dos melhores meio-campistas do futebol florianense de todos os tempos, e filho do Sr. Tuna Cansanção.

Avestruz!                          

- O Presidente Bolsonaro foi picado por uma EMA do Palácio do Planalto.        

Elio Ferreira de Souza

Teresina, 13 julho de 2020

FONTES

Decreto Imperial nº 5.392, de 10 de setembro de 1873. http://mapa.an.gov.br

Decreto nº 9.303, de 27 de setembro de 1884. Portal da Câmara dos Deputados. file:///C:/Users/Elio/Desktop/Portal%20da%20C%C3%A2mara%20dos%20Deputados.html

Dossiê de Tombamento. VOLUME I, Abril de 2008. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Superintendência do Piauí. A ocupação do Piauí nos Séculos XVIII e XIX. Estabelecimentos das Fazendas Nacionais do Piauí. Fábrica de Manteiga e Queijo em Campinas do Piauí. Escola Rural São Pedro de Alcântara em Floriano.

FERREIRA, Elio. América negra e outros poemas afro-brasileiros. São Paulo: Quilombhoje, 2014.   

IBGE. Biblioteca. Catálogo. ID: 1122. Código Municipal: 2203903. Município: Floriano. Estado: Piauí. Assunto: Floriano (PI); Piauí. Gentílico: florianense. Histórico.

MOTT, Luiz. Piauí colonial: população, economia e sociedade. – 2. ed. – Teresina: APL; FUNDAC; DETRAN, 2010. 200 p.il. – (Coleção Grandes Textos – vol. 8)

SILVA, Alberto da Costa e. A literatura piauiense em curso: Da Costa e Silva / Alberto da Costa e Silva. Teresina: Corisco, 1997.

SOUZA, Elio Ferreira de. A carta da escrava ‘Esperança Garcia’ de Nazaré do Piauí: uma narrativa precursora da literatura afro-brasileira. In: Literatura e canções afrodescendentes: África, Brasil e Caribe. Organização de Elio Ferreira (de Souza), et al. Teresina: EDUFPI, 2017. 314 p. – (Coleção África Bra

           

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