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Os desafios do Corisabbá

Entre a Urgência de Resultados e a Estratégia de Longo Prazo
Foto: rota343corisabba2224

Em meio à fervorosa paixão que o futebol desperta, o Campeonato Piauiense tem sido palco de intensas disputas e revelador de distintas filosofias de gestão esportiva. Neste cenário, o Corisabbá, único clube profissional da cidade de Floriano, emerge como um exemplo preocupante de um padrão recorrente que desafia os princípios básicos da preparação atlética e estratégica. A equipe, que nos últimos anos tem estabelecido um histórico de performances abaixo do esperado, e que em 2023 apenas não caiu por erro de outro clube, o Comercial por falha em escalar jogador irregular, parece não ter assimilado as lições cruciais para a sustentabilidade dentro do competitivo universo futebolístico.

A preparação de uma equipe de futebol é uma tarefa meticulosa, que exige planejamento e execução cuidadosa ao longo de várias semanas, se não meses. No entanto, o Corisabbá, que tem jogado uma única competição, série A do estadual,   por ano em apenas 3(três) meses do ano, e tendo 9(nove) meses para se preparar, tem adotado uma abordagem que pode ser descrita, na melhor das hipóteses, como improvisada. Com menos de 15 dias de preparação antes do início do campeonato estadual 2024, a equipe não só desconsiderou a importância de uma pré-temporada adequada, como também negligenciou a oportunidade de construir uma base física e tática sólida para seus jogadores.

Esta estratégia, ou a falta dela, tem deixado a equipe exposta a uma série de riscos, dos quais o rebaixamento para a série B estadual não é apenas uma possibilidade, mas uma consequência quase lógica. Sem a devida preparação, os jogadores enfrentam um risco aumentado de lesões, é o caso da meia-atacante Wesley  Rodrigues sem poder jogar dois jogos, ( contra o Parnahyba e o Oeirense)  o entrosamento da equipe é comprometido, e a implementação de uma filosofia de jogo coerente torna-se uma tarefa hercúlea.

Mais alarmante ainda é a rotatividade de jogadores, que parece mais uma tentativa de encontrar uma solução mágica do que um esforço para corrigir as falhas estruturais. A dispensa apressada de atletas, como foi o caso do meio-campista Otávio, que jogou apenas 1 jogo, contra o Parnahyba, e do goleiro Oscar, demitido após apenas 7 minutos de jogo ainda na primeira rodada, reflete um ambiente de incerteza e instabilidade. Estas não são as marcas de um clube que aprende com os erros, mas sim de um que está preso em um ciclo de decisões reativas e imediatistas.

É imperativo que o Corisabbá reavalie sua abordagem. O futebol, como qualquer outro esporte, é uma manifestação de estratégia, habilidade, preparação e sobretudo de planejamento financeiros. O sucesso não é um acidente, é um produto de um trabalho árduo e de uma visão de longo prazo. A direção do clube precisa estabelecer um planejamento que vá além da próxima partida e que pense na próxima temporada e nas futuras gerações de jogadores.

Tendo  o elenco mais jovem da competição com média de idade de 22 anos, e sem qualquer nome de expressão no elenco, parece faltar forças para reagir dentro da competição, haja vista ter marcado nos 3 jogos, sendo dois em casa, apenas 1 gol. Hoje o clube é o pior em todos os aspectos da competição. Sofreu  6 gols, com  saldo negativo de 5 gols, e nenhum ponto marcado.

As lições do passado devem ser o farol para o futuro do Corisabbá. A implementação de uma pré-temporada robusta, o investimento em uma equipe técnica capaz e a criação de um projeto esportivo consistente são os pilares para a reconstrução. Afinal, a glória no futebol não é somente para aqueles que têm talento, mas para os que têm a disciplina e a visão para transformar esse talento em vitórias consistentes, enquanto tiverem compromisso com o resultados positivos.

Enquanto os torcedores esperam e merecem mais, cabe à gestão do Corisabbá honrar essa paixão com a devida seriedade e comprometimento. O futuro do clube depende disso.

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