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Mais uma derrota para a conta de Bruno Lage

Glorioso agora acumula cinco derrotas no campeonato, mas o cenário não ameaça o sonho do título.

Apesar da usual instabilidade emocional que tem provocado declarações infelizes do técnico do Botafogo em suas mais recentes entrevistas, Bruno Lage fez um pedido na coletiva pós-derrota para o Corinthians, que é bastante plausível e merece nossa concordância: o de que a torcida deve cobrar somente dele a responsabilidade pelos últimos resultados negativos da equipe, e que os jogadores devem ser apoiados e isentos de culpa por essas derrotas e pelo mau futebol apresentado atualmente.

Realmente, como afirmou o técnico na coletiva, os dez jogadores que permaneceram em campo contra o Timão correram pelo capitão expulso no início do jogo e não merecem ser responsabilizados pelo que foi o terceiro resultado adverso da equipe nos três últimos jogos disputados no campeonato, o que totaliza 4 derrotas em 4 jogos seguidos, se computada a eliminação para o Defensia y Justicia na Copa Sulamericana.

O pedido do técnico na coletiva para que "se tiverem de bater, batam no treinador", embora muito lúcido e oportuno, se mostra um tanto quanto desnecessário, pois não há conclusão que retire dele a responsabilidade pela queda de rendimento do grupo, cujas apresentações recentes têm sido marcadas por um desagradável conjunto de reduzida posse de bola, excessiva lentidão na transição defesa-ataque, raras e ineficazes ações ofensivas e pouquíssimos chutes a gol.

Embora a reduzida posse de bola não interfira nos bons resultados e seja parte do estilo de jogo da equipe, a escassez de oportunidades de gol é um problema da gestão de Lage. Na derrota para o Atlético-MG, por exemplo, foram apenas dois chutes a gol e ambos sem nenhum perigo para a meta de Everson. Nesta sexta, entretanto, com menos um jogador em campo - depois da disputa de bola que motivou a expulsão infantil de Marçal - surpreendentemente o Botafogo teve mais chances que na partida anterior.

Ao se comparar as escalações e forma de jogar da equipe hoje comandada por Lage com as formações e esquemas de jogo do time quando treinado por Luís Castro e por Cláudio Caçapa, o único ponto em comum é a pouca posse de bola em relação aos adversários, já que os comandantes anteriores imprimiam à equipe uma sólida postura defensiva - que ainda se mantém em parte - somada a uma rápida transição em contra-ataques e a jogadas aéreas perigosas com os zagueiros, que geravam mais e melhores ações ofensivas.

Não bastasse essa queda de desempenho coletivo, algumas peças fundamentais do elenco não estão em seus melhores momentos no campeonato, posto que Adrielson teve falha decisiva no lance do gol do Atlético-MG; Eduardo tem seguidos desempenhos bem abaixo do normal; Júnior Santos não é nem sombra do velocista perigoso do primeiro turno; Segovinha deixou de ser aquela perigosa surpresa do segundo tempo; e Tiquinho Soares não parece plenamente recuperado amargando incômodo jejum de gols.

No entanto, após a expulsão de Marçal contra o Timão, se destacou a injustificada decisão do treinador de improvisar Tchê Tchê na lateral esquerda e recuar Eduardo para a marcação na intermediária defensiva, o que além de sacrificar dois jogadores fundamentais do elenco, não surtiu os efeitos esperados. E após o intervalo, quando se tinha por certa a entrada de Hugo em lugar de um dos pontas e o retorno de Tchê Tchê - ou entrada de Gabriel Pires ou Danilo Barbosa - para a marcação no meio, Lage demorou a fazer as alterações, e foi nessa demora que Gil abriu o placar e deu o alívio que o time paulista buscava.

Por outro lado, o cenário atual retrata apenas uma aparente má fase do Glorioso, já que há mais prós do que contras a serem considerados, afinal, apesar dos avanços de Grêmio, Bragantino, Flu e CAP, Palmeiras e Flamengo tropeçaram nas últimas rodadas e não reduziram a diferença para o líder, de sete e onze pontos respectivamente; as duas últimas derrotas fora de casa são resultados toleráveis diante das circunstâncias do torneio; jovens valores como Luís Henrique e Hugo estão em ótima fase e tem sido decisivos: e o "fator casa" no próximo jogo contra o Goiás promete ser, com o perdão do trocadilho, o "trunfo que dará o triunfo" necessário para o resgate da confiança e para a retomada do caminho para o título.

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