Vereador fala sobre situação de Floriano durante pandemia de Covid-19

No município, até a noite de sábado, 6.029 casos já haviam sido confirmados e 89 óbitos registrados.

O Brasil está vivendo atualmente um dos períodos mais críticos da pandemia de Covid-19. A cada dia o número de mortes e infectados tem aumentado, perto de causar o chamado colapso no Sistema de Saúde, que não possui leitos suficientes para atender uma quantidade tão grande de pacientes. 

No município de Floriano (PI), até a noite deste sábado (20), 6.029 casos foram confirmados e 89 pessoas morreram em decorrência do coronavírus. No Piauí, medidas mais restritivas estão sendo adotadas para reduzir o número de casos e óbitos. No último dia 11, vereadores se reuniram com o diretor do Hospital Regional Tibérnio Nunes para discutir formas de melhorar o atendimento aos pacientes e buscar soluções para a Covid-19.

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Em entrevista ao Rota 343, o vereador Ancelmo Jorge comentou sobre alguns pontos relevantes da pandemia no município. Atualmente, Floriano possui 30 leitos clínicos e 20 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados para pacientes do coronavírus. Destes, segundo o último boletim epidemiológico, até a noite de ontem (20), haviam ocupados 14 leitos clínicos e 10 UTIs. Segundo informações extra oficiais, hoje, todos os leitos Covid-19 do Hospital Regional Tibério Nunes já estariam ocupados. 

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Uma das medidas adotadas pelos governantes é o fechamento de estabelecimentos comerciais considerados não essenciais. O vereador comentou sobre o que pensa a respeito dessa decisão.

“Hoje é muito preocupante o fechamento do comércio, exatamente por Floriano ser uma cidade que o fator principal é a arrecadação ou prestação de serviços. Os especialistas falam hoje sobre uma segunda onda de Covid-19 no Brasil e no momento alguns indicadores dão sinal de intensificar medidas restritivas e fechar estabelecimentos comerciais. Isso é muito preocupante para a população, comerciantes, economistas e epidemiologistas. Existem alguns estudos, e eu concordo com eles, que defendem que se desenvolvam estratégias mais direcionadas para cada tipo de estabelecimento, com base em dados de deslocamento das pessoas pela cidade, o que pode ser mais eficaz do que adotar o fechamento generalizado do comércio. Limitar a ocupação só diminui realmente a clientela nos horários de pico. É mais estratégico reduzir as ocupações nesses horários do que fechar os estabelecimentos de modo indiscriminado. Dessa forma, temos que monitorar e mostrar como a mobilidade é um fator decisivo para a disseminação desse novo coronavírus. Medidas preventivas como usar máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento continuam essenciais, mas é importante pensar nessas medidas juntamente com a mobilidade, já que elas podem ter impactos dramáticos. O objetivo é fornecer análises mais detalhadas para sustentar decisões políticas mais efetivas. Também há o outro ponto de vista socioeconômico, em que a população mais pobre vai sofrer mais as consequências. Com isso, o pobre continuará cada vez mais pobre, e assim vem a desnutrição, falta de imunidade, enfim, tudo isso vai acarretar em mais problemas e gerar ainda mais danos à saúde pública e ao bem-estar da população.”

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Ancelmo explica que no Brasil existe uma base de dados chamada InfoGripe. As informações, que são disponibilizadas pela Fiocruz, trazem orientações e estudos para que os gestores possam tomar decisões adequadas para cada região. Ele destaca que, diante disso, não basta apenas fazer o controle dos danos causados pela pandemia, mas também é necessário agir de forma estratégica e simultânea, para garantir a saúde da população, sem que haja o fechamento de comércios. Com isso, pequenas e médias empresas conseguiriam sobreviver durante a pandemia e reduzir o aumento da desigualdade social. 

“Acredito que ainda vai aumentar o número de desemprego, visto que nós não temos o controle da pandemia. A saída que é adotada pelo Governo do Estado é o lockdown, e nós temos que pensar o mais rápido possível em fazer um planejamento estratégico, para que a gente possa ter uma sintonia de ações voltadas para garantir o funcionamento do comércio e garantir a vida das pessoas e o controle da disseminação do vírus. As autoridades precisam ajustar essa sintonia, de acordo com as circunstâncias de cada lugar, para que a gente possa agir contra o vírus. Nós não podemos, além de perder vidas, prejudicar a nossa economia e a nossa sobrevida, que é através da economia local, senão teremos um dano irreversível durante essa pandemia, que ninguém sabe quando irá acabar. Tem uma importante medida que é o auxílio emergencial, que é uma base para que o comércio possa estar se reajustando e para que as pessoas mais vulneráveis socialmente possam ter essa segurança vinda do Governo.”

O vereador falou também sobre as medidas adotadas no combate ao Covid-19. Ele destacou o apoio dado pelo Governo Federal para as empresas e o ponto de referência em combate ao coronavírus criado em Floriano. Além disso, ele lembrou que o tratamento precoce usado no município foi exemplo a nível regional e nacional, tendo inclusive uma visita da ministra Damares. Ancelmo defendeu que o tratamento precoce seja mantido na cidade.

“Eu defendo o tratamento precoce. A gente precisa voltar urgentemente, não que o município tenha deixado isso, mas que seja ampliado para a atenção básica, de forma organizada. Organizada em que sentido: primeiro, colocando-se protocolos para que o tratamento seja aplicado uniformemente, em sintonia com todas as equipes, onde se envolva o médico e o agente de saúde, para que ocorra o automonitoramento. Todas as unidades de saúde devem realizar as coletas, fazer cartão de acompanhamento, todos os pacientes devem ser monitorados a cada modificação dos sintomas. Que seja um protocolo unificado. É importante que tenhamos o centro de referência do Covid-19, mas eu defendo que façamos o enfrentamento com o tratamento precoce, descentralizando esse tratamento para toda a atenção básica. Eu me disponibilizo para trabalhar o protocolo, juntamente com o secretário de Saúde, juntamente com o município, para que a gente possa ter esse engajamento com a atenção básica.”

Questionamos o vereador a respeito do fechamento dos postos de saúde, que se encontram inoperantes, apesar dos profissionais de saúde já terem recebido a vacina contra o coronavírus. Ele explica que as unidades de atenção básica deveriam ser preparadas para realizar todo o protocolo, desde a identificação dos pacientes com suspeita de coronavírus, coleta de exame, cartão de acompanhamento, entre outros. Segundo ele, precisa haver capacitações e treinamentos, para que todos estejam aptos para a guerra contra o vírus e, assim, conseguir um controle da pandemia. Ancelmo destaca que antes da vacinação, era um risco muito grande fazer esse tipo de trabalho, mas que agora os profissionais já podem atuar desta forma, após receberem a qualificação adequada.

Desde o início da pandemia, o município de Floriano já recebeu R$ 14 milhões do Governo Federal. De acordo com o vereador, o valor foi usado para inúmeros pontos da campanha de combate ao coronavírus, que vai desde a aquisição de medicamentos e EPIs, até a realização da higienização dos ambientes, entre outras variadas finalidades. Segundo o vereador, além da locação de hospitais particulares e a criação do centro de referências, o Hospital Regional Tibério Nunes precisou fazer uma reestruturação para conseguir atender a demanda de pacientes com Covid-19. O vereador ainda explicou que a compra de respiradores e outros equipamentos mais específicos não são adquiridos pelo município, mas ficam a cargo do Governo do Estado.

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