Arquivo Pessoal

José Osório Filho

Advogado e professor. Especialista em educação, direito administrativo, direito público, direito civil, direito penal e processo penal.

O AMOR E O ESCRITOR

jose osorio

Quem queria te amar, tu abandonou, sem qualquer gesto de olhar. Quem te amava deixou de te amar. O amor que alguém sentia por ti, não sente mais, deixou de existir, era enfêmero e passou sem fluir.

O amor pode ser comparado com as ondas do mar, elas vão e voltam sem parar. O líquido que olhamos a olho nú é o mesmo, mas a composição química de cada onda é diferente, tão imaginária que não pode ser vista em um olhar.

Quando olho, imagino seus cabelos lindos como o céu e o mar, não existe mistério em teu olhar, teu único defeito é não saber meditar. Quem te perdoou uma vez, novamente pode continuar a perdoar, mas nunca mais irá te amar.

O dia agora é noite, quem gostou de ti deixou de gostar, você trocou a verdade pela vaidade, o amor pela ilusão e a gratidão pela traição. Se a vejo falo e olho, mas esqueça que um dia te amei e por ti me apaxonei.

Mesmo longe da alma, sente-se a presença da intuição e da mentira. Por isso, diante de muita calma, uma luz reflete, transmitindo a energia em texto, traduzindo o que a ausência da matéria de um ser mortal faz na vida espiritual.


Quem possui um olhar submerso, enxerga tudo em sua volta, em questão de segundos vê o universo. Ninguém engana outro ser, nem mesmo quem age na invisibilidade da mente e na ausência física. Tudo é visualizado com detalhes e precisão. Existem seres que fazem leitura mental, tanto física quanto da razão individual.

Qualquer jeito de pensar se transforma em cada olhar que passa nas ruas. Muitas vezes, não precisa fitar o bastante para enxergar. Em cada passo podemos observar o tormento individual e o anseio de tudo, no jeito de falar, andar e na ausência do amor, pois quem não tem amor próprio, sequer possui amor para dar. 

A maioria das pessoas não sabem o sentido de amar, querem o infinito e, ao mesmo tempo, só se locupletam com vários amores quando, na verdade, não possuem um só amor para doar. Vivem de sonhos ou futilidades, tentanto enganar um e outro, sem saber qual é o verdadeiro desejo de amar.

Quem possui amor para outorgar sabe revelar, quem ama acredita na forma sincera de amar, quem mente não sabe amar, se prevalece da mentira para se auto enganar, fala que ama e mentalmente te engana.

No amor sexual, se busca um desejo momentâneo. No amor, diferente do sexo, se busca interesses aleatórios da vida. Sendo assim, ninguém ama ninguém, faz-se um conceito de alguém, de uma verdade metafísica de se auto satisfazer e saciar determinado prazer.

Quando se conhece um falso amor, parece que já havia conhecido antes, tudo se revela em questão de instantes. Não se sabe porque razão, talvez seja só uma explicação da mente ou do coração. Por isso, a maioria das pessoas que escrevem não possuem amor, porque não conseguem viver de ilusão, embora escreva utopias, mas enxerga a realidade todos os dias. E por esse motivo, todos os escritores possuem três amores, um é o infinito da visão, uma forma de meditar e filosofar além da imaginação. Os outros são os livros e a razão, sendo o primeiro e o último uma divindade incorpórea que não possui matéria, e muito menos coração.

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