Arquivo Pessoal

José Osório Filho

Advogado e professor. Especialista em educação, direito administrativo, direito público, direito civil, direito penal e processo penal.

A CIDADE DOS MEUS SONHOS

                           Um rio com águas perenes, quando chove parece transbordar, na sua superfície uma taberna a flutuar, a visão ofusca as águas que vivem a palmilhar, diante do flutuante e da imagem da cidade, que vê as moléculas  compostas por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio a desaguar em direção ao mar.


                            No bordo do Parnaíba, um povoado de categoria superior passou a ser agregado do mesmo lugar. Dividiu um espaço físico com as águas do velho monge e um lindo restaurante, que se locomove mediante a brisa a sobrenadar.

                            A Igreja matriz foi o ponto onde o sol passou a brilhar. Lá, iniciou-se a Colônia que, posteriormente, obteve um novo nome que veio a lhe denominar, a cidade que todos nós florianenses passamos a amar. 

                           No caminho da Avenida Getúlio Vargas, o povo passa a dançar, fazem de suas orlas o melhor entrudo da região, eis aqui uma cidade  hospitaleira, difícil é enumerar o carnaval da imaginação. O amor que sinto por minha urbe é maior do que o existente no sentimento de uma paixão.

                           Nem o sólido alísio do Caldeirão me faz amar e desvendar essa situação, mesmo tendo nascido em solo amarantino, não há nenhum segredo ou razão, me considero florianense de alma e coração.

                          Amo minha Floriano, mas do que qualquer cidadão, o que sinto é palpável e está além de minha visão, não consigo explicar em texto o que minha alma segrega no âmago de sua eterna admiração.

                          As praças, um dia, serão arborizadas e as ruas desenhadas, suas avenidas repletas de carisma silenciam o tempo, fazendo  a paz fluir do infinito do universo. Existe um segredo no teu interior que se consagra na imensidão de um profundo amor.                         

                         Tua nobreza eleva a generosidade, e escrevo uma anagrama  por analogia à dor e à saudade. Minha vida é o retrato de minha cidade, que considero como uma anêmona, o ventre da existência do ser. Na minha plenitude do saber, a melhor forma de vida é amar você.

                        Tu és  a esperança desconhecida que passou a fazer parte da minha vida, a alma carente e perdida, a beleza de tuas ruas e  avenidas,  que mesmo sujas se envolvem em meus sonhos e consolam o tempo,  diante do desejo de junto a ti ficar.

                      Cidade  incontestável, só precisa de alguém que saiba lhe  administrar. Mesmo diante de tanta mazela, eu nunca irei te esquecer e nem deixarei de te amar, tu és dona de minha inspiração, devo a ti a existência e uma outra ficção, quero ser teu instrumento de adoração.

                       Meu corpo foi banhado nas águas do Parnaíba. Nesta linda cidade eu comecei a estudar e tudo passou diante da volta e do lugar. Eu sinto tanto amor por ti que fui embora e voltei para junto de ti ficar.

                   Ensinou-me a poesia da verdade, a razão de uma existência imaterial e outra um tanto quanto espiritual.  Minha vida é toda pautada na  genialidade de sua arquitetura colonial. Conheci o bumba meu boi, as fanfarras, a varanda, o carnaval, o relógio da Igreja de São Pedro de Alcântara correto a badalar e um  romanesco lampião de gás que usava para iluminar.

                  Floriano possui tudo para crescer, é uma cidade linda e eu fico a lisonjear, ela possui um rio que parece o mar e um povo adorável de se amar. Apenas o sistema político precisa mudar, caso contrário, cada dia sua situação tende a piorar, diante de péssimas administrações que fazem qualquer ser pensante deplorar.

                 E a fonte, nas nuvens, são as águas do Rio Parnaíba,
de pé no horizonte, caminhando em busca da prosperidade. No entanto, teu povo e teus administradores passam, mas tu permanecerás para a eternidade...

                 Estais embrulhada no branco nevoeiro das minhas recordações de outrora, foi ela minha primeira visão de cidade, amei-te na juventude e continuarei te amando,  enquanto puder comemorar tua idade.

                Há horas que passo a pensar que esse amor nunca vai acabar, que não há espaço para ocultar, o mundo começa a se empolgar e tudo me envolve neste lugar, uma cidade que não há como comparar...quando eu morrer, minha sombra em ti permanecerá.

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